Parabéns às
alunas dos oitavos anos da Escola Professor Ulisses Cuiabano, que escreveram os
diálogos mais criativos homenageando o linguajar Cuiabano:
BATICO
E SEU JOÃO
_ “Ê ah! Tá demais de
quente esses dias, né seu João?”
_ Sim, Batico, está
fazendo muito calor em Cuiabá!
_”Ocê não foi na festa da
igreja, eu não vi o sinhô por lá.”
_ Não, eu tive que viajar.
_” Num sabe o que o sinhô
perdeu, eu voltei da festa até no ôio, tinha um monte de comida boa: Maria
Izabel, munjica, sarapaté, tinha de um tudo, tava pra lá de bom! Tinha gente
pra besteira festano, a vizinhança inteira tava lá, até aquele pau rodado que
chegou outro dia tava lá com o seu guri.”
_ É, fiquei sabendo que a
festa foi muito boa mesmo!
_"Ocê" tá sabendo do
muchirum que vai ter lá na igreja pra terminar aquele batente? Vai precisar da
ajuda de todos nóis pra baldear, chuçar as coisas...”
_ Conte comigo Batico.
_ “Bamo quebrar um torto?”
_ Obrigado, mas eu já
tomei o meu.
_ “Larga disso, a dona fez
uma farofa que tá pra lá de bom!”
_ Vai ficar para outra
hora, até logo Batico.
_ “Inté seu Djão!”
Autoras: Katrinne
Apª Neves de Arruda e Maria Isabely Ramos de Nascimento (8º Ano D)
O
TURISTA
_ Olá, qual é o seu nome?
_ “Boa tarde, si menino,
meu nome é Sebastião, mas os povo me chamam de Batico. E o seu?”
_ O meu nome é Jurandir,
eu gostaria de saber um pouco sobre sua cultura e costumes.
_ “Bom moço, é o seguinte,
nóis somos bem diferentes, nossos pratos são exóticos e nossa cultura é única.”
_ Mas o senhor poderia me
falar um pouco mais?
_ “Ê ah! Mas é claro que
sim, aqui é conhecido por causa do pêtche, como diz o velho ditado: quem comer
a cabeça do pintado, aqui casará e viverá até os últimos dias de vida!”
_ Eu notei que as moças
daqui se vestem como as do Rio de Janeiro!
_”Vôte! Mas agora? O que é
que é esse?”
_ Como assim, “vôte”? Já
está nas eleições?
_ “Não, não. “Vôte” é
usado aqui quando nóis tá espantado.
_ Humm, muito
interessante.
_ Então é isso, vou ali
violento tomar um tchá cô bolo, cê qué ir?”
_ Não, muito obrigado, deixa
para a próxima. Vou conhecer melhor esta cidade maravilhosa Batico. Desculpe
gastar seu tempo, e obrigado pelo aprendizado. Boa tarde e até mais!
_ “Que nada pelo tempo
gasto, até mais.”
Autoras: Gabriela Yasmim
Vaz Duarte e Maria Juliany Lacerda Sacoll (8º Ano E)
ANASTÁSIA
E SEBASTIÃO
Anastásia chegou de São
Paulo e entrou em um táxi:
_ “A dona vai pra donde?”
_ Sete de Setembro.
_ “De onde vem a dona?”
_ De São Paulo, Ribeirão
Preto.
Chegando ao hotel ela pede
um favor:
_ Moço, me ajude a subir
as malas até o hotel?
_ “Ajudo sim dona.”
_ Agora o senhor poderia
me levar a um restaurante onde tenha comidas típicas de Cuiabá?
Os dois aproveitam e
almoçam juntos. Conversa vai, conversa vem, até que seu Sebastião soltou uma:
_ “A dona é muito sutil!”
_ Obrigada, o senhor é
simpático! É casado?
_ “Não, mas sou baguá!”
Anastásia não entende, mas
deixa passar. Aproveita a intimidade e pergunta:
_ E sua família?
_ “Foram todos arribar
para outro Estado.”
_ Arribar? O que é isto?
(risos)
_ “Foram todos embora!” –
traduz o cuiabano.
Após o almoço ela se
despede de Sebastião, lhe paga e agradece.
Autoras: Agata Gomes
Matos, Gabriela Dallila Alves Pereira e Denise Jiewen Lu (8º Ano A)